Renato Cuoco teve participação fundamental no desenvolvimento tecnológico do Itaú e também na materialização das ideias de Olavo Setubal para a valorização da cultura brasileira com a criação do Instituto Cultural Itaú, hoje Itaú Cultural. Renato nasceu em 1945 e, aos 14 anos, com a morte do pai, teve de trabalhar para ajudar a família. Começou como arquivista no Banco da América em 1959 e em 1963 entrou na Escola Politécnica da USP, conseguindo um horário especial no banco para conciliar estudos e trabalho. No meio do curso, foi demitido por um novo chefe, mas, antes de sair, Renato fez um manual explicativo sobre os processos de sua área. A qualidade do trabalho chamou tanta atenção que foi readmitido para atuar como assessor da diretoria. Depois de formado, passou a dar aulas na Faculdade de Engenharia Industrial. Em 1969, o Banco da América se uniu ao Itaú e Renato ingressou no grupo. Foi entrevistado pelo próprio Olavo Setubal, “que sempre foi o analista chefe”, como definiu em entrevista. Com sua experiência com computadores, digitadores e processos, Renato tornou-se adjunto de Carlos Eduardo Correa da Fonseca, o Karman, que se tornaria presidente da Itautec. Com dez meses de Itaú, assumiu o Departamento de Processamento de Dados, trabalhando ao lado de Karman até 1979. Foram criadas as áreas de Operação, sob o comando de Renato, Sistemas, sob o comando de Karman, e de Software, com Lino Rollo à frente, estrutura que permitiu colocar em operação os sistemas centralizados que passaram a comandar todas as agências. Renato participou ainda da montagem de cursos para formar pessoal para toda área de tecnologia, inaugurando uma vocação de treinamento interno que viria a ser determinante para o sucesso do grupo. Foi promovido a diretor-executivo em 1985 ao lado de Karman, José Pedro Lima de Toledo Piza e Humberto Pinotti, os primeiros diretores técnicos não acionistas. Participou da implantação de diversos processos fundamentais para o banco, como a compensação nacional junto ao Banco do Brasil, a descentralização do processamento de dados, as incorporações dos bancos adquiridos e a automação das agências. Como responsável pelo processamento de dados do banco, participou da criação do Instituto Cultural Itaú como um dos idealizadores da base de dados que deu vida à Enciclopédia Itaú Cultural. Renato integrou a diretoria executiva do Itaú Cultural até sua morte, em agosto de 2021.