
Espírito empreendedor e vocação política.
O engenheiro, banqueiro, empreendedor e político Olavo Egydio Setubal nasceu em 16 de abril de 1923, em São Paulo, filho do advogado, político, escritor e poeta Paulo Setubal e de Francisca, irmã de Alfredo Egydio de Souza Aranha. Olavo perdeu o pai cedo, aos 14 anos, em 1937, vítima de tuberculose. Formou-se como engenheiro eletricista pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo em 1943, contrariando a vontade do falecido pai, que preferia que ele estudasse medicina ou direito. Em 1946, casou-se com Mathilde de Azevedo, a Tide, com quem teve sete filhos, Paulo, Maria Alice, Olavo Júnior, Roberto, José Luiz, Alfredo e Ricardo. Em 1947, criou a Deca, em sociedade com o colega de infância Renato Refinetti, usando como capital os US$ 10 mil dados de presente de casamento pelo tio Alfredo Egydio. Em 1956, foi chamado pelo tio para cuidar da Duratex e, em 1959, Alfredo Egydio o convidou para mais uma empreitada: ser diretor-geral do Banco Federal de Crédito, ao lado de Eudoro Villela, indicado para presidente. Olavo, com o apoio de Eudoro, organizou a estrutura administrativa do banco a partir de circulares e regulamentos e foi responsável pelas fusões e aquisições que levaram à consolidação do Banco Itaú. Em 1975, entrou para a vida pública ao assumir a Prefeitura de São Paulo, indicado pelo governador Paulo Egydio Martins. Em outubro de 1977, sua mulher, Tide faleceu. Em sua homenagem, Olavo inaugurou um hospital na Zona Leste de São Paulo, o Tide Setubal. Influenciado pela mãe e, depois, pela esposa, Olavo passou a dedicar-se também às artes, especialmente as ligadas à cultura e à história do país, com a instalação de obras ao ar livre na cidade de São Paulo. Olavo voltou a se casar em dezembro de 1979, com Dayse Prado, figura da sociedade paulistana e também viúva. No mesmo ano, voltou ao Itaú, promovendo uma reestruturação, criando em 1980 uma diretoria-executiva separada do Conselho. Assumiu o cargo de diretor-presidente até 1984. Em 1985, licenciou-se novamente para assumir o Ministério das Relações Exteriores no governo José Sarney. Olavo deixaria o governo pouco depois, em 1986, para tentar se candidatar ao Governo de São Paulo, sem sucesso. Voltou então para o Banco Itaú em 1986 como presidente do Conselho de Administração, cargo que exerceu até 2008, aproveitando o tempo livre para se dedicar mais às artes e ao Itaú Cultural, criado por ele em 1987, mas ainda participando das grandes decisões do banco, como nas discussões da fusão com o Unibanco. Olavo Setubal faleceu em 2008 e Dayse, em 2010. Em 2015, o Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, em parceria com o Itaú Cultural, criou a Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência.