
Uma vida entre o social, a educação, a arte e o voluntariado.
A psicóloga, gestora cultural e filantropa Maria de Lourdes Egydio Villela, a Milú, é a segunda filha de Eudoro Libânio Villela e Maria de Lourdes Arruda Villela. Neta de Alfredo Egydio de Souza Aranha, fundador do Grupo Itaúsa, Milú nasceu na cidade de São Paulo, em 1943. Milú dedicou-se desde cedo e intensamente a causas sociais e culturais, especialmente nas áreas de educação, voluntariado e nas artes. Psicóloga especializada em educação pela PUC São Paulo em 1969, criou logo após o curso, junto com duas colegas de faculdade, a Escola Caracol, pioneira nas teorias pedagógicas de Jean Piaget e de Paulo Freire. Em paralelo, participava de trabalhos sociais na periferia de São Paulo, dando início ao voluntariado e à filantropia, uma vocação, segundo ela, herdada da avó materna, Umbelina Egydio de Souza Aranha, que junto com Alfredo Egydio de Souza Aranha, criaram a Nossa Casa, instituição de acolhimento e auxílio a mães-solo e crianças desamparadas. Em 1991, Milú passou a cooperar com uma creche na comunidade do Real Parque, na Zona Sul de São Paulo. O trabalho a levou a fundar, em 1994, a Associação Comunitária Despertar para o desenvolvimento profissional de adolescentes em situação de vulnerabilidade. Presidiu o Centro de Voluntariado de São Paulo, e foi nomeada presidente do Comitê Brasileiro do Ano Internacional do Voluntariado, uma iniciativa global da ONU, em 2001. Milú esteve à frente da ONG Todos pela Educação e do Faça Parte-Instituto Brasil Voluntário, tornando-se Embaixadora da Boa Vontade da Unesco em 2004. Outra paixão, pelas artes, fez Milú assumir em 1995 a presidência do Museu de Arte Moderna de São Paulo, o MAM, promovendo uma grande reestruturação, articulando doações e reformando a sede do museu para atender aos padrões internacionais. Tornou também o MAM referência em arte-educação. Milú deixou a presidência do MAM em 2019, após 24 anos, desde então, é Presidente de Honra do museu. Em 2001, acompanhando o trabalho de Milú no MAM, Olavo Setubal, presidente do Conselho do Itaú, convidou-a a assumir o comando do Itaú Cultural. Primeira mulher da família a fazer parte dos quadros da instituição criada por seu avô, Milú adotou como objetivo a democratização do acesso à cultura e à educação. “O Itaú Cultural trabalha para mostrar ao Brasil todos os brasis culturais que nele habitam”, afirmou. Milú deixou o Itaú Cultural em 2019. Em sua homenagem, em 2022, o Itaú Cultural rebatizou o prêmio dado a dez figuras eminentes no cenário artístico brasileiro, criado em 2017, para Prêmio Milú Villela. Milú é Presidente de Honra da Fundação Itaú, criada em 2019.