Henri Penchas, que participou ativamente da história do Grupo Itaúsa, nasceu em Bucareste, na Romênia, em 1946, em uma família judia. Seus pais tiveram de esperar cinco anos para obter autorização do governo comunista para emigrar para Israel e, depois de três meses, foram para Milão, na Itália. Em seguida, a família mudou-se para a Argentina e, dois anos depois, quando Penchas tinha oito anos, veio para o Brasil. Penchas tinha 16 anos quando seus pais se separaram. Sua mãe casou-se então com outro romeno, que havia sido presidente do Banco Central e chanceler da Romênia e se exilara aqui. “Ele teve papel importante na minha formação”, lembra Penchas. Falando espanhol, italiano, francês e inglês, Penchas fez Engenharia Mecânica no Mackenzie e casou-se aos 22 anos. Já no quinto ano de engenharia, fez estágios na IBM e, depois, no Banco Comercial do Estado de São Paulo, que acabou comprado pelo Banco União Comercial, o BUC, então comandado pelo ex-ministro do Planejamento Roberto Campos. É também pós-graduado em Finanças pela Fundação Getulio Vargas. Em crise, o BUC foi incorporado pelo Itaú em 1974 e Penchas foi junto. Ele era da área de Organização e Métodos do BUC e foi surpreendido por um convite de Olavo Setubal para comandar o processo de incorporação. Em 1975, Penchas já fazia parte da equipe do Itaú, participando inclusive, ao lado de Olavo Bueno, da modelagem inicial da Itaúsa. Nos três anos seguintes, Penchas e Bueno tornaram a Itaúsa uma holding pura, com ações em bolsa. Penchas tornou-se então gerente-geral do banco, responsável pela contabilidade, e organizou a gestão durante os diversos planos econômicos dos anos 1980 e 1990. Depois, ajudou a preparar o Itaú para a inflação baixa. Nos anos 1990, ao lado de Roberto Setubal, acompanhou a segunda rodada de aquisições do Itaú, com as compras do Banco Francês e Brasileiro e, depois, com os estatais Banerj, Bemge e Banestado. Envolveu-se também com o início da internacionalização com a abertura do banco na Argentina. Participou posteriormente da fusão com o BBA e, em seguida, da compra das operações do BankBoston. Na fusão com o Unibanco, Penchas formatou com Israel Vainboim as propostas discutidas entre Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles. Pouco depois da fusão, em 2009, Penchas atingiu o limite de idade para exercer cargos executivos no banco e foi convidado para assumir a presidência da Duratex e cuidar da fusão com a Satipel, cargo que ocupou até 2013. Após cinco anos na Duratex, organizou sua sucessão, e assumiu a Presidência da Itautec, conduzindo a venda das operações da empresa. Foi Membro do Conselho de Administração do Itaú Unibanco de 2003 a 2016. Tornou-se Presidente do Conselho de Administração da Itaúsa de 2017 a 2024, tendo sido conselheiro da holding desde 2015. Hoje, Henri Penchas é Coordenador do Conselho Consultivo da holding.