Eduardo Saron Nunes nasceu em São Paulo, em 1970. Ainda jovem, o desejo de transformação social o levou ao movimento estudantil, primeiro, à União Municipal dos Estudantes Secundaristas e, depois, à União Nacional dos Estudantes, justamente na época do movimento Fora Collor e do processo de impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello. A curiosidade e o desejo de aprender fizeram Saron passar parte de sua adolescência no Centro Cultural São Paulo, sem saber que sua história se cruzaria anos depois com a do responsável por aquele espaço, Olavo Setubal. “Fico emocionado com esses encontros do meu passado com as realizações de alguém com quem eu me veria mais à frente trabalhando, vivenciando a história do Itaú Cultural”, conta. Saron tornou-se mestre em Administração com foco em cidades criativas, fez pós-graduação na USP em Turismo Cultural e em 1999 tornou-se secretário-executivo de Comunicação da Presidência no governo Fernando Henrique Cardoso. Em 2001, conheceu Milú Villela, então presidente do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Milú havia pedido o apoio da Petrobras, mas a empresa decidiu que o MAM não era seu foco. Saron acabou sendo encarregado de comunicar a negativa da Petrobras à Milú, decidindo falar pessoalmente com ela, em São Paulo. “Foi um dos nãos mais relevantes da minha vida, pois seis meses depois a Milú assumiu o Itaú Cultural a pedido de Olavo Setubal e, seis meses depois, fui convidado para integrar a equipe que ela estava constituindo”, relembra. Saron ingressou no Itaú Cultural como coordenador do Núcleo de Relações Institucionais em fevereiro de 2002 e, três meses depois, assumiu a superintendência de atividades culturais, tornando-se Diretor-Superintendente do Itaú Cultural em 2010. “Nessa época, comecei a vivenciar as crenças da Itaúsa, do que era fazer parte do espírito Itaú”, conta. Provocado por Alfredo Setubal, que havia assumido a vice-presidência financeira do Itaú Cultural, Saron começou um trabalho intenso de reforço da governança que levou o Itaú Cultural a ser o primeiro do Brasil a ter uma área de compliance, um código de ética oficial e protocolos rígidos de compras e gastos. Saron traçou ainda um plano que permitiu ao Itaú Cultural, em 2017, deixar de usar a Lei Rouanet e mudou também o foco da destinação dos recursos para garantir a perenidade e a capacidade de atuação das instituições que tivessem relevância no mundo da cultura. Sua trajetória de mais de 20 anos à frente da instituição foi decisiva para o relevante legado que representa para a cultura brasileira. Em 2022, com a saída de Fábio Barbosa do comando da Fundação Itaú, criada em 2019 para unir o Itaú Cultural, o Itaú Social, e o Itaú Educação e Trabalho, além de manter o instituto Todos pela Saúde, Saron foi escolhido para ser o presidente da Fundação. É ainda membro do Conselho do Instituto CCR, presidente do Conselho da Bienal de São Paulo e conselheiro da GIFE, do Museu de Arte de São Paulo, do Museu Judaico e do Museu do Ipiranga.